Hironobu Sakaguchi: A máquina de fazer RPG

 
    Sakaguchi o pai de Final Fantasy com certeza é um dos homens que mais se dedicou na evolução dos RPGs japoneses, e cá entre nós se não fossem eles talvez o termo Role Playing Game nem existisse. 
    Com uma lista invejável de jogos produzidos para a Square ele tem um certo status especial no qual já cativou uma legião de fãs que estão sempre a espera de uma novidade vinda dessa máquina de RPGs.
    O que muita gente não sabe que um dos pioneiros desse tipo de game não foi um japa e sim o holandês Henk Rogers. Um aficcionado pelo oriente mudou-se para o Japão na década de 70 pra desenvolver seu novo game e ainda aprender a língua nipônica. Henk inspirado no livro do Senhor do Anéis criou seu primeiro role-play de turnos chamado de Black Onyx que não teve um sucesso monstruoso, mas que serviu de inspiração muitos outros que viriam a surgir.


    Com certeza foi Henk que praticamente inventou o RPG, mas foram os japas que o moldaram até chegar aos apoteóticos games de hoje. E não é para menos que se tem uma maior espectativa por Rpgs japoneses do que qualquer outro.   Sakaguchi que atualmente reside em Honolulu sem duvida nenhuma foi o homem que mais ajudou na evolução deste estilo até hoje.
    Somente voltando aos anos oitenta e entendendo o enquadramento da indústria pode se perceber o real papel de Hironobu Sakaguki. Nessa época a Nintendo Famicom revolucionou a indústria dos jogos após as perdas provocado pela Atari.  No Japão o console se tornou um gigante que chegou a enfrentar a Toyota ganhando o prêmio de empresa mais bem sucedida no Japão. A Nintendo criou uma politica de exclusividade para seus jogos, mas devido ao lucro excessivo das empresas ninguém reclamava de manter seus jogos sendo lançado apenas para Nintendo.
    Sakaguchi como todo jovem rebelde largou a faculdade em 1983 para trabalhar como programador na Square. Após vários trabalhos sem sucesso dentro da Square ele entra para um projeto de tudo ou nada, se o jogo vendesse bem ele ia processeguir caso contrário voltaria pra faculdade. Para a nossa sorte o projeto em questão era "Final Fantasy".


    A Square investiu pesado na produção de Sakaguchi que acabou ficando com o cargo de diretor chefe. No ano de 1987 Final Fantasy estreou na Nintendo Famicom com um sucesso imediato e Sakaguchi recebeu carta branca para novos projetos como Dragon Quest e muitos outros. Ele costuma dizer que o sucesso entre os japoneses é devido a vários fatores:
"É preciso um equilíbrio entre os diversos elementos que formam a experiência. Final Fantasy foi um produto dotado de uma boa apresentação gráfica, uma boa narrativa, sistema de combate e composição sonora". 
    Sakaguichi continuou a subir cada vez mais e ganhando sempre mais prestigio na Square. Na saga Final Fantasy ele permaneceu como diretor até o quinto título como diretor. No ano de 1992 o ocidente começa a conhecer seu trabalho com a chegada  de final Fantasy nos EUA e como já era de se esperar Sakaguki alcançou o prestigio mundial.
    Mesmo sempre estando atento a todos os detalhes na produção como a arte, a musica, o sistema ele mantem a maior parte de seu foco em uma narrativa peculiar criado por ele, pois acima de tudo ele se considera um contador de histórias. 
   Depois de Final Fantasy V ele deixa a função de diretor da saga e passa produtor executivo da Square. E com a chegada dos anos noventa e suas novas plataformas o Jrpg chega a novos patamares superando as limitações cinematográficas do passado e impressionando a todos novamente.


    Essas mudanças fizeram a Square lucrar como nunca fora do Japão, mas também alavancou a carreira de muita gente que estava envolvida que ainda não havia recebido o devido valor como Yoshitaka Amano, Tetsuya Nomura, Yoshinori Kitase, Nobuo Uematsu, Tetsuya Takahashi, na sua maioria jovens programadores do final dos anos oitenta. Pessoas que juntamente com Sakaguchi foram decisivas para o crescimento de séries propriedade da Square, como Final Fantasy, Vagrant Story, Parasite Eve, Kingdom Hearts, Xenogears e por vai. 
    No fim dos anos noventa Sakaguchi é promovido a presidente da Square nos Estados Unidos, conseguindo entrar para o Hall of Fame da Academia das artes interativas e ciências dado o seu rol extenso de produções. No começo do novo milênio os jrpg's tinham uma elevada profusão e Final Fantasy continuava a alimentar as preferências dos fãs. Nesta onda de notável crescimento Sakaguchi era cada vez mais uma referência, mesmo se não estava tão envolvido nos jogos como antes. Desse distanciamento até à tentação pela conquista do cinema foi um passo curto e previsível, mas Final Fantasy: The Spirits Within revelou-se um desastre financeiramente, apesar dos resultados satisfatórios enquanto produto ligado à animação. Não foi suficiente, contudo, para livrar a Square dos prejuízos, conduzindo ao encerramento da Square Pictures. Se uma conclusão teria de ser obtida é que jogos e cinema nem sempre resultam. 
    

    Nos próximos anos Sakaguchi abandona as produções e também resolve deixar seu cargo voluntariamente devido à divergências com a Square. E pela primeira vez na vida estava ele fora da única empresa no qual trabalhou a vida toda.
   Em 2004 ele retorna a ativa desenvolvendo para sua empresa Mistwalker Studios. Estúdio esse que foi de grande ajuda para a microsoft no desenvolvimento de Blue DragonLost Odyssey no qual Sakaguchi foi produtor exclusivo para xbox 360jogos que dirigiu como produtor em exclusivo para a Xbox 360.

    Depois ele se aproximou da Nintendo, ocupando seu tempo com novos produtos para a DS ao mesmo tempo que pensou num importante projecto para a Nintendo Wii. No encontro que manteve com Iwata, o diretor da Nintendo resolveu arriscar nesse novo projeto chamado The Last Story. 



    Blue Dragon foi mais tradicional que Lost Odyssey, já The Last Story contém uma grande intenção de mudança. Ainda mantém todas as qualidades de um Jrpgs, mas conta com novos elementos que o diferenciam imediatamente dos jogos anteriores.  Apesar de atualmente os Jrpgs estarem perdendo um pouco seu espaço Sakaguchi não espera transformar o gênero com The Last Story. 
    Porque na tela, os fãs vão perceber que The Last Story possui novas mecânicas habilitadas inovando a experiência tradicional. Instrumentos que garantem aos jogadores diversão até o final do game igual a cinco ou dez anos atrás.
     Sakaguchi é um bom contador de histórias, provavelmente o "roleplaying man" e The Last Story é mais uma obra com a sua assinatura e a mais pessoal de todas.

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