Ao contrário da Volition, a CD Projekt Red não vê com bons olhos a ideia do próximo Xbox de não permitir que as pessoas joguem jogos usados.
Adam Badowski, diretor do estúdio responsável por The Witcher 2, falou sobre a tão especulada tecnologia do próximo Xbox dizendo que,
"Pode ser uma coisa ruim. Suponho que vocês saibam que decidimos não continuar a nossa magnífica jornada com os advogados à procura de piratas...," explicou ele.
Perdemos muito dinheiro e não é por causa da pirataria; estamos perdendo dinheiro porque as pessoas decidiram não comprar o nosso jogo. Investir mais em melhorias e polir os nossos produtos com certeza será uma maneira mais aceita para convencer os jogadores a ficarem com os nossos produtos, ficando junto com a gente, e assim perceberem as nossas necessidades - porque nós somos uma produtora independente, temos que nos prevenir e não ter demissões, precisamos de crescer e de ter o poder para criar novos jogos."
"Nós queremos ser tratados de forma justa. A maior parte das soluções de hardware são boas por pouco tempo, mas uma forte relação com os jogadores e consumidores, pode mudar a situação. E para nós este é o caminho."disse Badowski.
Michal Platkow-Gilewski, chefe de marketing da CD Projekt Red, acrescentou que, "Os nossos jogadores fazem as suas escolhas, eles querem continuar conosco porque acreditam que o nosso produto vale a pena, vale a pena ficar nas suas prateleiras, mesmo que eles já tenham terminado o jogo duas ou três vezes. E eles fazem isso porque têm o livre arbítrio, e se nós lhe tirarmos isso, talvez seja bom para o negócio, mas se alguém me forçar a ficar com um jogo que eu já não quero, isso vai contra a minha vontade."
"Queremos fazer o máximo possível pelos nossos jogadores. Não queremos forçar ninguém a nada. Foi o que fizemos com o DRM. Demos aos jogadores a liberdade e acreditamos que eles continuam conosco."
A CD Projekt Red parece ter usado a sua confiança nos jogadores para combater a pirataria no PC. The Witcher 2 foi vendido no GOG sem qualquer sistema anti-pirataria, e o jogo teve um apoio incansável no que diz respeito ao lançamento de novos conteúdos, características e correções. O melhor é que tudo isso foi gratuito.
A equipe espera ter deixado uma mensagem claríssima: Se está sendo bem tratado, compre o nosso jogo.
No entanto nos consoles, os jogos usados parecem ser ainda mais prejudiciais que a pirataria.
"Estamos um pouco preocupados," admitiu Badowki, "porque este é um mercado totalmente novo para nós, e esta é uma segunda oportunidade para o jogo. É uma espécie de experiência para nós."
A CD Projekt acredita que o ano que passaram se adaptando e melhorando The Witcher 2 para Xbox 360 foi suficiente para conquistar o coração dos jogadores.
Estamos oferecendo um RPG enorme. E acho que o coração e a alma de um jogador de RPGs é diferente dos outros jogadores - a maioria deles querem ter os melhores jogos na sua prateleira pessoal. O jogo está cheio de conteúdo - este é um dos melhores RPGs do mercado."
Nos consoles para se combater o mercado dos jogos usados frequente tem sido usado os passes online e os DLCs. Oferecer conteúdos gratuitamente pós lançamento, tal como aconteceu em The Witcher 2 no PC, não é um ideal que agrade à Microsoft.
Existe um problema, porque a politica da Microsoft não nos deixa dar às pessoas conteúdos gratuitamente," sublinhou Badowski.
"Prometemos dar aos nossos fãs coisas como pequenos DLC com atualiações e conteúdos extra de graça. Essa é a nossa política. Por isso temos um grande problema aqui. Precisamos pensar muito sobre a não venda de jogos que possa ser repassados."
A CD Projekt tem uma reputação invejável de bom relacionamento com o público do PC, e os seus métodos dão motivos para as grandes companhias pensarem. E não existe razão para que essas práticas não possam ser usadas também no desenvolvimento de jogos para consoles.
Queremos mudar um pouco os padrões de cada plataforma," referiu Platkow-Gilewski, explicando que a edição normal de The Witcher 2 no Xbox 360 virá com muito mais do que é normal na indústria: dois DVDs e um guia impresso, um manual e um grande mapa.
"É já uma das melhores edições que se encontra nas lojas, e é vendida a um preço normal," disse ele.
A cada passo tentamos mudar algo e a influenciar algo como fizemos no mercado do PC," acrescentou Platkow-Gilewski.
Essa é a nossa forma de estar, a nossa política - queremos mudar a indústria, acrescentou Badowsky. "Nós somos... Rebeldes!"
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